quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dunk-o-matic

Aluno: Professor, o senhor jogou basquete já?
Professor: Já, por 5 anos.
Aluno: Quimintiratronxaducarai!
Professor, cheio de soberba: Pega a bola e tenta fazer cesta em cima de mim.

O aluno vai, toma 3 tocos humilhantes e desiste.
O professor fala: Quem sabe na próxima sexta, hein?

Ele até agora não sacou a piada. Jovens...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Writing a letter.

Danilo sempre via sua vida sob a ótica de filmes, queria que todo o universo que o rodeasse na "vida real" tivesse aquele tom noir, nostálgico. Viver em eterno clima de nostalgia fazia uma confusão agradável na sua cabeça. Parecia que ele tinha saudades de coisas que nunca tinha vivido, mas ao mesmo tempo sabia exatamente como se sentia naquelas mesmas situações. Parecia que andava sempre sem nunca colocar os pés no chão. Com um saxofone na mente, ouvindo melodias de filmes que passam de madrugada, na Globo, e aquele sorriso sacana de jazzista negro e gordo da Louisiana.

A tentativa de universo noir sempre esbarrava na modernidade técnica e tecnológica do cotidiano de Danilo. Ele encarava a nostalgia como algo que não poderia ser vivida nos dias de hoje. Pelo menos não o modelo que ele idealizava e queria para si mesmo. Aquele, dos filmes. Queria porque queria ser escritor. Queria ter um estilo de comportamento que não cabia nele. Ele queria ser visto por outros de uma maneira diametralmente oposta ao que acontecia. Não conseguia se encaixar, se encontrar. Por isso, se danava a escrever em blogs de internet da vida. Paralelamente a isso, usando personagens marcantes (pra ele) de filmes como modelos de atitudes, de sonhos, comportamentos.

Foi num desses filmes que ele viu um personagem que andava com um pequeno bloco de anotações na bolsa. Sempre que pensava em algo que julgasse interessante, tirava o bloco da mochila, anotava rapidamente 3 ou 4 frases e guardava de novo. Isso várias vezes ao dia e em qualquer lugar. Tinha acumulado vários blocos desses, que ficavam na sua casa, em seu armário, e seus amigos não tinham idéia de que ele tinha essas coisas. Viviam numa realidade completamente diferente da dele.

"O Danilo tá sempre olhando pro nada, escrevendo.", disse Jamal.
- É doidera.

Ele sempre desconversava. Não sabia exatamente para onde os textos iriam levá-lo, e não se preocupava muito com aquilo. Existiam perguntas fundamentais da vida de qualquer pessoa dentro daqueles blocos. Mas ele não sabia aonde - e nem se iria - achar as respostas. Algumas questões se repetiam há anos, apenas com novas roupagens, novos motivos. Mas as mesmas perguntas.

Não havia culpados.

Enquanto as respostas não vinham, ele fechava os olhos e fugia dali. Pensava no seu mundo e preto e branco, com aquela chuva fina que não molhava, apenas dava o clima dos anos 1950 de Al Capone e Sinatra, e um gato em cima do muro. Na esquina, aquele negão gordo, com o saxofone ou trompete, tocando há oras, mas sem suar, com um anel imenso no dedo mindinho, e bigodinho raspado, a lá porteiro. E ele era o único que se molhava com a chuva. Tudo era motivo de sorrisos complacentes. De contemplação.

"Danilo, vai aonde nessa chuva?" Perguntou Jamal.
- Por aí, não torra.



domingo, 5 de dezembro de 2010

5, 4, 3, 2, 1?

É muito triste quando você, ao começar a pensar com calma, percebe que não superou em nada suas antigas deficiências ou defeitos, estes que tanto atrapalharam você com o passar de seus anos.Você, por ter menos tempo para pensar e refletir, graças ao corre-corre do mundo dito “moderno”, achava que havia se livrado dos mais diversos fantasmas e falhas em sua essência. Mas é só ter um pouco de momento para pensar, para ver, e não apenas olhar, e você consegue identificar todas as velhas coisas. Todas as características que fizeram você ser conhecido por seus amigos, e que você tanto odiou por anos e anos, porque elas sempre fizeram você sofrer, sempre magoaram você. Mas elas estão sempre lá. Não foram embora, como você imaginava. Você não as venceu, se é que existiu alguma vez alguma batalha sendo travada.

E aquele discurso bonito, que você sempre apregoou para os outros, de que as pessoas não conseguem fugir à essência; ou que temos de aprender a conviver com nossas limitações e defeitos, para aí sim progredirmos, não funciona para você. Pelo menos não funcionou até agora. Mas aquele outro discurso de auto-piedade também é tão chato e piegas que já saiu de moda há muito tempo. Não faz mais parte do seu vocabulário desde quando você começou a perder cabelo, por volta dos 17, 18 anos.

Você não tem nem mais paciência e saco para pensar se o que você tenta eliminar de si mesmo é essência, é defeito; destino, ou qualquer outra convenção social idiota dessas. Mas que, de um jeito ou de outro, segue dentro de você de maneira ininterrupta. Afora os poetas, que devem achar isso o máximo, dói muito não poder ser como se quer. E isso escapa de qualquer “consumismo sentimental” ou “social”. Dói não conseguir ser amado como queria e, por conseqüência, dói não conseguir transmitir o amor que você sabe que tem dentro de si. Afinal, ainda não cheguei no ápice psicológico de ser uma ONG sentimental. Todos precisam receber para doar. Todos, de um jeito ou de outro, precisam sentir. Não sei e acho que nunca saberei se o meu modo de amar e gostar vem sendo deturpado com o passar dos anos, e isso é outra coisa que traz cansaço. Cansaço é algo que também está sempre presente. Parece que de tanto pensar sozinho, que de tanto buscar respostas para perguntas que mudam a cada segundo mas que, em seu cerne, todas são uma só, sofre-se de uma fadiga mental e social que não cessa. É exatamente isso que eu sinto ao me achar menos do que eu poderia ser. Amar menos do que eu poderia amar. Proporcionar mais felicidade, e não meros segundos de sorrisos superficiais. Mesmo que esses parcos segundos sejam aqueles que vêm me sustentando há anos.

Àqueles que sempre se julgam diferentes da maioria, ou ainda àqueles que dizem que farão diferente quando chegar a sua hora, eu digo para seguirem com esses pensamentos, pois no final das contas são muito poucos os que conseguem fazer isso. É necessário ter uma humildade animalesca, quase que sobre-humana para se chegar em tal ponto.

Você não consegue achar sentido em praticamente nada. Atualmente, apenas uma coisa tem suprido a condição de existir, que é a quadra de basquete. E é por isso que eu a persigo onde quer que eu vá, em qualquer oportunidade que eu tenha. É pouco, é muito pouco para uma pessoa se manter acreditando em algo. De repente tudo pareceu muito pequeno, e parece que eu, covardemente, também fui engolido por essa pequenez, e perdi as forças e a vontade lutar contra essa corrente que parece ter sido criada dentro de minha própria mente.

Acho tudo superficial demais, e os momentos de profundidade que estão gravados em minha memória parecem tão tolos e tão distantes que mal posso tocá-los ou vê-los com alguma clareza. É uma vontade de gritar, gritar, gritar, gritar. De sentir felicidade. Os parcos sorrisos que proporciono aos outros parecem poucos também pra mim. Sempre pareceram.

sábado, 4 de dezembro de 2010

A descoberta da Donzela.

Podem chamar de comportamento ranzinza, mau gosto, enfim, mas eu, ao longo dos 10 anos que escuto Metal (e todas as suas vertentes) ininterruptamente, sempre tive birra com o Iron Maiden. Sempre achei uma banda extremamente supervalorizada em relação a sua história, suas músicas, seus álbuns. Achava todos os riffs de Gers, Murray e Smith exatamente idênticos, com o passar dos seus 35 anos de carreira, em todas as músicas. Resumidamente, considerava a banda uma modinha interminável, que sobrevivia de músicas farofa feito Number of The Beast e Fear of The Dark. Até rolou o Rock In Rio, de 2001, no Rio de Janeiro, e a Globo passou o show da donzela de ferro na íntegra, sem cortes. A coisa começou a mudar.

O que vi que acontecia era um tremendo desconhecimento a respeito do passado da banda. Ouvi músicas que eram clássicos absolutos para o resto do mundo, e para mim eram músicas "novas". Descobri que havia vida por trás do número da besta e do medo do escuro. Comecei a enxergar a banda com um pouco mais de apreço. Virou uma-banda-boa-que-escutava-em-casa. E assim se passaram vários anos. O Maiden pra mim continuava supervalorizado. Ouvi todos os álbuns, me identifiquei com algumas músicas, tive algumas favoritas, etc. Principalmente do Brave New World, de 2000, que fora tocado a exaustão no Rock in Rio, e que pra mim é o último grande CD da banda.

Em 2009 o grupo anunciou show no Recife. O instinto de ver uma das bandas que é sinônimo do termo "Heavy Metal" me levou a comprar o ingresso e ir pro show, pra dizer que "eu tinha visto o Maiden". Aconteceu muito mais. Uma experiência sobrenatural, nunca igualada em qualquer outro show que eu tenha ido. Cantei todas as músicas, chorei em algumas delas, saí rouco, e assim fiquei por 6 dias. Cantando, relembrando. O Maiden estava, pra mim, finalmente, como estava para 90% dos fãs de Heavy Metal há décadas: num pedestal. Pouco importa se só lança CDs medíocres há alguns anos. A história está fincada. O legado, eterno.

2010 começa com o anúncio da banda de outro show no Recife. 2011, 3 de Abril. E eu desde já, sofro da ansiedade de ver aquela que, sem dúvida, será lembrada na música enquanto houver... Música. O show, pra mim, terá um contexto completamente diferente. Quero apenas entrar e gritar:

Up the Irons!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

You watch the world exploding every single night

Constantes tentativas de batalhas contra a essência. Seguidas ilusões de que se pode ser quem não se é. Atitudes típicas de um perfeito idiota.

Aquele contexto épico, típico de filmes de Ridley Scott com trilha sonora de Hans Zimmer, ou Howard Shore. Sempre a derrota. Ou sempre aquele tapa de luva que faz você acordar para a realidade.

Existe a chamada evolução? Acomete a todos?