sexta-feira, 15 de julho de 2011

A vida como 3 segundos de música.

Olhar pra cima, como o mais claro sinal de pensar no futuro, e estar, ao mesmo tempo, vendo o passado. Buscar uma saída no mais perfeito modelo de perdição, que é o escuro do céu. Contradições que trazem uma esperança inexplicável, mecânica, automática. Burra.

Sem frases feitas de líderes religiosos, de caminhoneiros. Percebe-se a construção de buracos negros. A mente vai se perdendo nos sonhos. E são poucos aqueles que conseguem viver uma fantasia real. Viver no fio da navalha entre o real e o sonho, se equilibrando na fantasia.

A poesia sempre perderá para o real. Felizmente, depois daqueles 3 segundos de música, onde fechamos os olhos e sorrimos; onde tudo parece fácil, vem todo o resto do tempo. Real. E uma gama de possibilidades. Pelo menos em teoria.

Onde está o caminho trilhado, a anotação feita no diário?
Aquelas estrelas que sempre serviram de guia, se apagaram.
Até o passado morreu. Com a morte da luz, as escuridões aumentam.
Tenta-se andar pra frente, tenta-se andar em alguma direção, como um calvário.

Sente-se inveja dos robôs, dos cães, dos pássaros.
Sente-se inveja apenas do instinto.
Percebe-se o peso da razão. E do nosso instinto.
Não é pra todos.

Percebe-se a perda quando a maior glória do dia é deitar a cabeça no travesseiro.
Como se tivesse conseguido uma vitória.
Quando, na verdade, a maior vitória é não perder mais.
Não perder mais a esperança.

Sem frases feitas. Elas não fazem mais sentido.
Atualmente, o que resta são os 3 segundos. Vivemos sob aspirações de papel, onde uma lágrima pode acabar com tudo, ou criar uma nova forma.