domingo, 24 de outubro de 2010

Forever-In-mind

Existem certas imagens que, a princípio, são completamente irrelevantes sob qualquer ponto de vista, mas que ficam na nossa cabeça, de uma maneira inexplicável. Quando foi lançado o filme Minority Report, com Tom Cruise, eu me lembro claramente de ter visto um banner do filme, que mostrava Tom Cruise numa espécie de carro, em altíssima velocidade, aparentemente desviando de vidros (ou balas, ou espinhos, wtf), e com um corte na maçã do rosto.

Desde então, quando eu paro pra pensar na vida (coisa que ocorre quase que diariamente), eu sempre faço uma analogia com essa maldita imagem. Sempre penso que viver é exatamente como naquele banner: Tudo acontece muito rápido, e uma parte muito importante que todos precisamos fazer é desviar com a máxima habilidade dos obstáculos, sob a pena de levarmos um tombo feio. O processo é ininterrupto, desde que tomamos consciência de que temos de ser "alguém" na vida, para termos um "futuro" e todos os clichês desenvolvimentistas que passamos a vida escutando e incutimos em nossos pensamentos.

Mas correr o tempo todo cansa, e é inevitável que certas vezes tomemos quedas. Esse "correr" está longe de significar o corriqueiro conceito do termo. Podemos correr ficando 2 horas dentro de um ônibus, parados em um engarrafamento simplesmente porque a prefeitura incompetente de uma cidade em desenvolvimento resolveu recapear a pista em horário comercial. Todos temos objetivos, todos temos horários, compromissos, mas o maldito operário, que só faz seu trabalho está lá, metendo o piche. Mas isso não tira sua vontade de dar um tiro na cabeça dele e seguir em frente, para fazer qualquer coisa que você iria.

Um obstáculo claro está em não infartar de revolta por ter de andar quase 50km por dia para ganhar uma miséria, mas que é ao mesmo tempo uma fortuna incalculável na sua mão. Bem, calculável é, deixemos de exageros.

O legal é que, quando assistimos aquelas maratonas enfadonhas na televisão, sempre existem aqueles postos com água ou isotônicos. Pois bem, é só ser rápido e conseguir pegar um desses sem se cortar com os vidros, ou balas, enfim, você entendeu.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Triunfo da vontade.

"É um erro grave partir do pressuposto de que apenas pessoas más são capazes de fazer maldades. Uma das características marcantes de muitos líderes nacional-socialistas é que, na intimidade, eram pessoas maravilhosas. 'As mesmos pessoas que beijavam amorosamente seus filhos pela manhã eram capazes de matar a golpes ou com gás alguns judeus apenas algumas horas mais tarde', diz Simon Wiesenthal. Diz ainda que este reconhecimento é um só tempo terrível e fundamental, pois 'só quem compreendeu isso sabe que a maldade habita a maioria das pessoas e pode irromper a qualquer momento".

Isso vale para qualquer tipo de pessoa. E para qualquer tipo de maldade.

sábado, 16 de outubro de 2010

Lá e de volta outra vez.

É uma banda que causa sensações extremistas nas pessoas. Ou você gosta, GOSTA, ou a considera completamente irrelevante no cenário musical. Se você acha Nirvana uma bosta, sem sal, e considera Kurt Cobain um mané, pare de ler esse post aqui, nesse parágrafo. Se você se interessa, continue, padawan.


Era o ano de 1994, e a MTV começava a investir no campo dos shows acústicos, que tempos depois de tornariam marca registrada da emissora. Era a vez do Nirvana, na época a maior banda de Rock do planeta, com o vocalista/guitarrista/frontam mais polêmico e carismático desde muito tempo, Kurt. A carreira da banda já estava mais do que consolidada, passando a mesma a aparecer mais por causa dos rumores do vício cada vez mais pesado de Kurt em heroína, e de seu tempestuoso relacionamento com Courtney Love.

O fato é que, mesmo se você não gostar do Nirvana, é necessário reconhecer a parcela de contribuição absurda que a banda promoveu na música e, especialmente, no Rock. Existem bandas grandes dentro de um determinado estilo. Aquelas que marcam época. Mas muito poucas são reconhecidas por fundar um novo estilo, exatamente em virtude da dimensão que tal feito complexo acarreta. O Nirvana, junto com outras bandas de Seattle, fundou o que é chamado de Grunge. Um estilo de vida, que englobava a música dentro de si. O unplugged MTV foi a cereja no bolo de uma das maiores bandas da história da música.

Kurt, apesar de decepcionar 100% dos fãs por não construir uma versão acústica de Smells Like Teen Spirit (por motivos óbvios) buscou interpretações bastante intimistas das músicas escolhidas para o set list, com algumas inclusive sendo raramente tocadas ao vivo, e desconhecidas de fãs mais desavisados. Interpretações como a da genial Plateau, onde a música é praticamente declamada, ou em Lake Of Fire, onde fica patente a deterioração da voz do vocalista, são atestados de feeling. Fora as obviedades em Polly e Comes as You Are, o disco teve sacadas excelentes, como cover de The Man Who Sold the World, de David Bowie, além de um bom relacionamento de Kurt com a plateia. Fato raro.

Mas sem a menor dúvida o maior destaque do CD e, na minha opinião, a maior interpretação musical da carreira de Kurt Cobain, é a última música do acústico, chamda "Where Did You Sleep Last Night", tradicional música Folk americana, de 1870. Além do impressionante sincronismo do vocal com a música, deixando cada espectador estatelado (isso pode ser visto no DVD do acústico), a última frase da música, que Kurt tira do final da garganta, tendo de respirar depois, e esbugalhar os olhos para terminá-la, ficou conhecida como o último suspiro desse que foi um dos maiores artistas musicais de todos os tempos.

Não é possível passar indiferente ao Nirvana, e esse acústico MTV é de uma potência sem precedentes até hoje. Se você não tem saco de ver/ouvir todo, busque a última música no youtube, e preste atenção ao final da canção. Veja o último suspiro de um mito, e o final de um monstro do Rock. O disco foi lançado meses depois da morte de Kurt. Um marco. Uma monstruosidade de feeling, intimismo e força.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Pelinhos nas axilas.

Um dia, rapaz, você irá acordar achando que certas coisas podem ser diferentes, e que todo aquele escarcéu que você fez durante anos e anos, em virtude da permanência exagerada das coisas, não passou simplesmente de uma estúpida ansiedade jovem. Um dia você irá se julgar mais maduro, mais resistente às lapadas que a vida lhe deu e lhe dá, às mudanças e decepções que você vive e viveu.

Você vai saber conviver melhor com aquela sensação espetacular de conseguir atingir um objetivo, e tentará alcançar a satisfação não apenas em perseguir metas, mas em vivenciar a conquista. Você vai tentar aprender a controlar aquela estranha sensação que aparece em nossas mentes, insinuando que tudo foi mais fácil do que pensamos, depois que conquistamos. Um dia você vai parar pra pensar e ver a quantidade de merdas que você falou, e vai confrontar isso com a sensação de maturidade e sapiência que estranhamente passavam pela sua cabeça na oportunidade em questão.

Depois de conseguir essas coisas, olha pra frente. Deixa de ser mané.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Next dream, please?

“’Quando os mortos choram, é porque estão começando a se recuperar’, disse o corvo em tom solene.

“’Lamento ter de refutar meu amigo e colega ilustre’, disse a coruja, ‘ mas, no que me diz respeito, creio que quando os mortos choram, significa que não querem morrer’ “.