sexta-feira, 12 de março de 2010

Musical thoughts.

A maioria das pessoas, quando têm saudade de algo que ocorreu no passado, seja pessoas, fatos, momentos, etc, olha fotos. As fotos, para estas pessoas, trazem uma sensação boa de nostalgia. Lembrar daquele momento específico que aparece na foto, desencadeia uma série de outras lembranças, boas ou ruins. Mas apenas o ato de lembrar, o fato de haver algo gravado dentro de sua mente, já faz da foto um instrumento perfeito para esse tipo de momento.

Para mim, as fotos possuem um efeito nocivo. Primeiramente eu lembro de todos os projetos e sonhos que eu tinha com a idade da foto, e quase sempre me decepciono ao ver que não fiz ou conquistei nem 10% do que eu pretendia com aquela determinada idade. Quando eu era mais novo, eu dava muita importância aos sonhos e projetos, acho que mais do que o normal. E, por isso, acho que se tornou algo complicado para mim.

Por fim, minha relação com a memória; com a lembrança e nostalgia não se dá nem nunca se deu por meio de fotos. E sim pela música. Quando converso sobre música com meus amigos, sempre falo da "escalada" musical que protagonizei. Sempre busquei sons diferentes. Nunca estava satisfeito com aquilo que eu estava ouvindo no momento. A partir de meus 12, 13 anos, eu comecei a buscar novos sons. Iniciei com as clássicas boy bands, como Five, N'sync, Backstreet Boys... Todo moleque dessa idade imitava aquele clipe de "Backstreet Back". Durou pouco.

Aos 14, 15 anos, lembro-me perfeitamente de ouvir pela primeira vez o Rage Against the Machine, com "Killing In The Name Of". Foi aí que a busca se intensificou. E foi aí que as memórias e lembranças começaram a deixar suas marcas mais profundas. Caí dentro do mundo de Zac de La Rocha. Ao mesmo tempo, ouvia "The Chemicals Between Us", do Bush. Passei mais de 4 semanas ouvindo essa música sem parar, baixando tudo pelo Kazaa. Baixei também uma banda chamada Bloodhound Gang, e lembro-me de ter conhecido Evanescence antes da maioria esmagadora das pessoas. Nessa época comecei a escrever sobre as bandas e álbuns. O mundo da música começou a ser importante demais pra mim.

Eu, no começo, baixava alguma coisa, ou ia atrás de algo, pelo nome da banda ou da música. Se soasse bom para mim, eu corria atrás. Parecia empresário atrás de novos talentos. Foi assim que descobri o Evanescence meses antes de estourar, e foi assim que eu conheci o Grave Digger, com "Excalibur".

Também me recordo de quando comecei a ouvir grunge, e da minha fixação doentia por Kurt Cobain, deixando o cabelo sujo e mais ou menos na altura do ombro, andando por Recife com casaco de flanela por cima de uma camisa branca surrada, ao menor sinal de vento frio ou de chuva. Comprei a biografia de Kurt, e fiquei ainda mais fascinado com sua trajetória de vida. Casava bem com a série de desilusões e decepções que eu começava a viver, mas que ainda não entendia. Tinha tudo do Nirvana. Desde EPs até discos ao vivo. Tudo original. Tudo novo, intacto.

Depois comecei a adentrar no Metal, por pura curiosidade. Comecei por coisas brutais, como Burzum e Immortal. Primeiramente era o desejo de ouvir coisas que ninguém sequer sabia que existia. A vaidade e o ego falavam mais alto do que o gosto musical. Quando tinha 16 ou 17 anos, conheci o Metal-Archives, o maior site de acervo de bandas de Metal do planeta, e meu hobby por novos sons explodiu. O ego e vaidade passaram, e hoje eu conheço bandas de países que as pessoas mal sabem que existe música.

Mas, às vezes, quando eu sinto saudade de algo, eu saio do meu universo musical atual e bem definido, e pego algumas nostalgias em forma de CD. Pearl Jam, Incubus, Red Hot Chili Peppers. Porra, quem não curtiu Californication ou Give It Away? Quem não conseguiu não gritar com Axl, cantando Welcome To The Jungle? Quem não se divertiu vendo o clipe de Learn To Fly, do Foo Fighters, ou se emocionou vendo o acústico Nirvana MTV? Sempre chorava quando ouvia o The Cult, com Painted On my Hair. Todos amavam "How You Remind Me", do Nickelback ou "Crawling", do Linkin Park. Piravam no "clipe da bala", do Korn. Só anos depois eu soube que se tratava de "Freak On A Leash". E "Wish You Were Here", do Incubus? "Take a Picture", do Filter...

Todas essas músicas explodiram na minha adolescência, e deixaram marcas profundas de momentos inesquecíveis que vivi. Meu passado e minhas lembranças são realmente regidos por trilha sonora. Lembro de quando não saía com meus amigos para ir aos shows de pagode pra pegar mulher, porque simplesmente não conseguia ouvir aquele tipo de música. Minha memória musical é a principal responsável pelos meus sonhos antigos, pelo meu passado. Pela minha nostalgia.

São mais que fotos. Trazem cheiro, trazem sorrisos e lágrimas. É do caralho.

sexta-feira, 5 de março de 2010

A Wave Of Bitterness

A solidão é algo muito forte. Às vezes é um sentimento. Em outras oportunidades é uma condição. Mas sempre muito difícil de controlar, e ainda mais complicado de se administrar e conviver. Imagine um deserto em formato circular. Um círculo perfeito. E agora imagine que você foi solto exatamente no centro dessa círculo. O deserto é árido, seco, pedregoso. E você começa a andar, sem saber o quê está, de fato, procurando. Com o tempo, o sol forte começa a castigar sua pele e, em especial, as maçãs do rosto e seus lábios.

Os lábios começam a ficar excessivamente ressecados, e com a aridez do ambiente, racham e sangram. Você continua a andar de forma ininterrupta, sempre em frente. Oui pelo menos você pensa que está indo em frente. Ir para onde quiser, no meio desse deserto é, em teoria, a única liberdade de escolha que você possui. Suas maçãs do rosto começam a arder de forma regular. Ardem, como se seu rosto inteiro estivesse sendo queimado por um maçarico.

No meio da caminhada, você começa a observar os morros que o circundam. São como canions, e você está dentro do vale, abaixo deles. No alto dos canions, você consegue ver claramente várias mesas e cadeiras, todas muito bem decoradas, com toalhas de renda, e outras com toalhas de seda. Os pratos e talheres que estão em cima das mesas estão usados. Restos de comida, e alguns até com tapurus e outros bichos. Parece que há muito tempo ninguém senta naquelas mesas. É como se você tivesse chegado atrasado em um encontro. Muito atrasado.

Andando sempre em frente, você consegue deixar o vale. Os canions ficaram para trás. O que está a sua frente agora é o total "nada". Uma imensa planície, que você não consegue ver o fim com seus olhos. É tudo absolutamente e irritantemente plano. Fora algumas pedras pelo solo, e a sensação de que o horizonte está queimando logo mais a sua frente, é tudo idêntico. De repente, lhe dá saudade dos canions, que estavam se tornando boas companhias de caminhada. Até isso você perdeu. Terá de se acostumar com as pedras.

Seus sapatos ficaram para trás. Você não consegue mais fechar a boca, totalmente cortada pelo calor. A sola dos seus pés não ardem mais. Criou-se uma espécie de crosta de dormência que evita qualquer dor ou incômodo maior. Você todo está em estado de dormência, ao ponto de conseguir se divertir ao olhar o horizonte "queimando". Você começa a se habituar com sua caminhada infinita e ininterrupta, e começa a tirar dali o que você considera bom, no meio daquele imenso vácuo.

A seguir, você começa a conversar consigo mesmo em voz alta. A conversa apenas em pensamento já não é mais suficiente. Você precisa ouvir sua própria voz, por quê começa a duvidar se ainda se lembra como ela soava antigamente. Falando só, esquecendo-se das horríveis dores na boca, você segue andando, agora em farrapos. Sorri para os abutres que aparecem logo acima de você, e puxa papo com eles também.

Ninguém jamais respondeu.

quinta-feira, 4 de março de 2010

A Pyre Of Lost Dreams

The Black Holes of Your Mind

Dying petals of a love unsung
A love spiraling downwards
Into the abyss for all eternity

As darkness shivers as the cold bleak light
Kiss my shoulders, time stands still
In a moment of silence and depravity,
The freezing kiss of yours doesn't seem to...

A pyre of lost dreams bereft of love
In their own neverending insanity,
With only the cold dusk
To accompany their numb lament

...move me anymore,
Still I miss the strength of past times
We used to cross the landscapes of white
Even falling further down

In a quiet world, no matter what you say
No matter what you do, the cold bleak light
From your tongue always ends in frustration

The black holes of your mind can't speak for you
Looking into yourself, you will find no one