sábado, 26 de dezembro de 2009

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Já pararam para pensar sobre seus contatos no Orkut? Eu já tive Orkut uma primeira vez, e por motivos pessoais, cancelei a conta, voltando a ativar uma nova algum tempo depois. E quando o fiz, coloquei na cabeça que iria adicionar apenas algumas pessoas íntimas, do meu real convívio, nada mais do que isso. Porque para mim, o Orkut era um modo rápido e prático de se manter conectado com pessoas da sua estima, que você realmente não queria perder de vista.

Hoje, tenho a marca aterradora de 202 contatos no Orkut. 202. Devo falar com 20% dessas pessoas. Alguns contatos que você pára, olha pro avatar, e não consegue entender o que o mesmo está fazendo ali, na sua lista de "amigos". E pior: Você lembra que algumas daquelas pessoas foram adicionadas por você mesmo. Foi você que tomou a iniciativa de entrar no perfil do ser, e clicar no link "+ amigo". Hoje, não passa de um pálido avatar, e no máximo um "quem sou eu" interessante, com frase de algum escritor famoso, que teve uma sacada legal.

Lembro do começo, quando o Orkut era todo em inglês, que existiam poucas comunidades, e todas elas eram praticamente "institucionais", como por exemplo: History. Tudo sobre História, desde debates polêmicos, até simples curiosidades estava lá. Suas perguntas eram respondidas, e se ia muito mais além, com debates profundos e interessantes a respeito dos mais variados temas. O Orkut era realmente uma ferramenta interessante de interação e aprendizado.

Hoje, tornou-se um instrumento de término de relacionamentos, com os scraps sendo a prova tão cabal de um crime quanto um beijo no colarinho ou um número de telefone anotado num papel amassado, e escondido na parte de guardar moedas da carteira. E lá estão aqueles 202 contatos. De repente, você sente vontad ede promover uma "faxina" naquilo, limando boa parte das pessoas que são completamente irrelevantes à sua existência, e vice-versa. Quando o faz, a pessoa limada aparece, revoltada com a sua indelicadeza de retirá-la do privadíssimo círculo de contatos Orkutesco.

Era legal quando o Orkut não era infestado por comunidades como "toalha nova não enxuga" ou "abro a geladeira pra pensar". Não sou um inimigo do riso ou da boa piada, nem sou Mau (ótima), mas acho que, certas vezes, rigor e disciplina são legais.

Mas realmente, toalha nova não enxuga. Mistério isso.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Visões

Agora, olhando algumas fotos antigas de momentos bons que passaram, me dá um sentimento de nostalgia. Fato esse que deve ser normal para a maioria das pessoas comuns, mas chega a ser meio nocivo pra mim. Rever fotos de momentos e de pessoas, nos remete ao contexto de que aquele momento é único e, por essa razão, não pode ser repetido.

Mas a unicidade do momento é uma faca de dois gumes para mim. Olhando fotos com pessoas queridas, que atualmente não estão mais tao perto de mim, eu fico me perguntando o que deu errado no meio do caminho, para que se construisse esse distanciamento, ou onde ocorreram obstáculos ou erros de ambas as partes, que não puderam ser superados, vencendo um aparente momento de amizade e união.

Fotos podem retratar muito mais do que simples momentos bons ou ruins que você passou. Retratam momentos, onde é possível realizar uma retrospectiva de sua vida. De trajetórias, de atitudes. De como alguns sorrisos que você vê em determinada foto, não são mais vistos. Que abraços dados não são nada mais do que lembranças, que a própria fotografia faz questão de passar na sua cara, dizendo "olha aqui, você já conseguiu fazer isso."

Rever momentos aparentemente banais, como uma reunião da turma da faculdade, turma essa que não existe mais, nos leva ao patamar de que talvez voce passe anos para reencontrar algumas pessoas, e que estiverem por tanto tempo tão perto de você, como a fotografia mostra, sem chance de negação.

E aí você começa a pensar em como seria a sua vida se determinadas pessoas tivessem permanecido no seu convívio. Se você teria sido mais feliz, ou então como será que está aquele amigo que você julgava inseparável, e que se perdeu no tempo

Eu realmente não sei como lidar com fotos. Gosto de vê-las, mas às vezes elas comprovam coisas irrefutáveis: Você falhou.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Burrice saudável

Churrasco com os alunos. Típica confraternização de final de ano, a não ser por algumas particularidades: 1) Você é o mais velho, aquele que inspira responsabilidade e calma. 2) Se houver alguma zebra, todos recorrerão à você, e se algo der errado, a culpa será sua. 3) Todos confiam em você para acender o fogo da churrasqueira.

Nessa festa ocorre algo interessante: É uma das únicas confraternizações de que me lembro onde não existiu nenhuma fagulha de falsidade, nem grupinhos que se odeiam e que rezam para alguém escorregar e bater a cabeça na borda da piscina. Todos em perfeita harmonia, batendo bola, arrancando o tamboque do dedo do outro, arrotando discretamente, escondendo o bucho ou as celulites. Todos figuraças.

Você, como bom líder que é, não gosta de centralizar as decisões, e delega tarefas para outros, fazendo com que todos se sintam úteis e responsáveis, no complexo teatro das festas de fim de ano. Entre as tarefas delegadas, ficou a de acender o fogo da churrasqueira. O que se propôs a acender, chegou e disse: Sempre acendo a churrasqueira nos churrascos lá em casa. É mole