sábado, 16 de outubro de 2010

Lá e de volta outra vez.

É uma banda que causa sensações extremistas nas pessoas. Ou você gosta, GOSTA, ou a considera completamente irrelevante no cenário musical. Se você acha Nirvana uma bosta, sem sal, e considera Kurt Cobain um mané, pare de ler esse post aqui, nesse parágrafo. Se você se interessa, continue, padawan.


Era o ano de 1994, e a MTV começava a investir no campo dos shows acústicos, que tempos depois de tornariam marca registrada da emissora. Era a vez do Nirvana, na época a maior banda de Rock do planeta, com o vocalista/guitarrista/frontam mais polêmico e carismático desde muito tempo, Kurt. A carreira da banda já estava mais do que consolidada, passando a mesma a aparecer mais por causa dos rumores do vício cada vez mais pesado de Kurt em heroína, e de seu tempestuoso relacionamento com Courtney Love.

O fato é que, mesmo se você não gostar do Nirvana, é necessário reconhecer a parcela de contribuição absurda que a banda promoveu na música e, especialmente, no Rock. Existem bandas grandes dentro de um determinado estilo. Aquelas que marcam época. Mas muito poucas são reconhecidas por fundar um novo estilo, exatamente em virtude da dimensão que tal feito complexo acarreta. O Nirvana, junto com outras bandas de Seattle, fundou o que é chamado de Grunge. Um estilo de vida, que englobava a música dentro de si. O unplugged MTV foi a cereja no bolo de uma das maiores bandas da história da música.

Kurt, apesar de decepcionar 100% dos fãs por não construir uma versão acústica de Smells Like Teen Spirit (por motivos óbvios) buscou interpretações bastante intimistas das músicas escolhidas para o set list, com algumas inclusive sendo raramente tocadas ao vivo, e desconhecidas de fãs mais desavisados. Interpretações como a da genial Plateau, onde a música é praticamente declamada, ou em Lake Of Fire, onde fica patente a deterioração da voz do vocalista, são atestados de feeling. Fora as obviedades em Polly e Comes as You Are, o disco teve sacadas excelentes, como cover de The Man Who Sold the World, de David Bowie, além de um bom relacionamento de Kurt com a plateia. Fato raro.

Mas sem a menor dúvida o maior destaque do CD e, na minha opinião, a maior interpretação musical da carreira de Kurt Cobain, é a última música do acústico, chamda "Where Did You Sleep Last Night", tradicional música Folk americana, de 1870. Além do impressionante sincronismo do vocal com a música, deixando cada espectador estatelado (isso pode ser visto no DVD do acústico), a última frase da música, que Kurt tira do final da garganta, tendo de respirar depois, e esbugalhar os olhos para terminá-la, ficou conhecida como o último suspiro desse que foi um dos maiores artistas musicais de todos os tempos.

Não é possível passar indiferente ao Nirvana, e esse acústico MTV é de uma potência sem precedentes até hoje. Se você não tem saco de ver/ouvir todo, busque a última música no youtube, e preste atenção ao final da canção. Veja o último suspiro de um mito, e o final de um monstro do Rock. O disco foi lançado meses depois da morte de Kurt. Um marco. Uma monstruosidade de feeling, intimismo e força.

2 comentários:

  1. Esse álbum é incrível mesmo. Deu até vontade de ouvir. Gostei do que li.

    ResponderExcluir
  2. Plateau, Lake Of Fire e Oh Me, tu deve saber, são do Meat Puppets. Eu tinha baixado esse Unplugged dia desses e resolvi sacar as versões originais dessas músicas. Não só elas são do caralho como o disco todos deles (o II, de 82) é foda. E, bicho, pode ter certeza que a desafinação dele em Lake Of Fire e até mesmo Plateau é proposital. Vai sacar a original pra tu ver o que é um vocal fudido, mas que ainda assim, deixa a música do caralho. Não vale a versão que tem no YouTube, é diferente, e bem pior. Aliás, foda-se. Foi no email.

    ResponderExcluir