sábado, 4 de dezembro de 2010

A descoberta da Donzela.

Podem chamar de comportamento ranzinza, mau gosto, enfim, mas eu, ao longo dos 10 anos que escuto Metal (e todas as suas vertentes) ininterruptamente, sempre tive birra com o Iron Maiden. Sempre achei uma banda extremamente supervalorizada em relação a sua história, suas músicas, seus álbuns. Achava todos os riffs de Gers, Murray e Smith exatamente idênticos, com o passar dos seus 35 anos de carreira, em todas as músicas. Resumidamente, considerava a banda uma modinha interminável, que sobrevivia de músicas farofa feito Number of The Beast e Fear of The Dark. Até rolou o Rock In Rio, de 2001, no Rio de Janeiro, e a Globo passou o show da donzela de ferro na íntegra, sem cortes. A coisa começou a mudar.

O que vi que acontecia era um tremendo desconhecimento a respeito do passado da banda. Ouvi músicas que eram clássicos absolutos para o resto do mundo, e para mim eram músicas "novas". Descobri que havia vida por trás do número da besta e do medo do escuro. Comecei a enxergar a banda com um pouco mais de apreço. Virou uma-banda-boa-que-escutava-em-casa. E assim se passaram vários anos. O Maiden pra mim continuava supervalorizado. Ouvi todos os álbuns, me identifiquei com algumas músicas, tive algumas favoritas, etc. Principalmente do Brave New World, de 2000, que fora tocado a exaustão no Rock in Rio, e que pra mim é o último grande CD da banda.

Em 2009 o grupo anunciou show no Recife. O instinto de ver uma das bandas que é sinônimo do termo "Heavy Metal" me levou a comprar o ingresso e ir pro show, pra dizer que "eu tinha visto o Maiden". Aconteceu muito mais. Uma experiência sobrenatural, nunca igualada em qualquer outro show que eu tenha ido. Cantei todas as músicas, chorei em algumas delas, saí rouco, e assim fiquei por 6 dias. Cantando, relembrando. O Maiden estava, pra mim, finalmente, como estava para 90% dos fãs de Heavy Metal há décadas: num pedestal. Pouco importa se só lança CDs medíocres há alguns anos. A história está fincada. O legado, eterno.

2010 começa com o anúncio da banda de outro show no Recife. 2011, 3 de Abril. E eu desde já, sofro da ansiedade de ver aquela que, sem dúvida, será lembrada na música enquanto houver... Música. O show, pra mim, terá um contexto completamente diferente. Quero apenas entrar e gritar:

Up the Irons!

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