sábado, 20 de junho de 2009

Descobertas Tardias. Arrependimentos Presentes.

Feel, no shame, too brave
Feel, afraid, to wait forever


Junho sempre foi um mês único na minha vida. Além de ser o mês do meu aniversário, onde, por sinal, muita coisa se definiu ao longo dos anos, é geralmente a época do ano onde sempre ocorre algo de extraordinário. Pois bem, aconteceu essa semana. Aliás, ainda está acontecendo.

Sempre se diz que vivemos nossas vidas de acordo com nossas convicções, e que sempre buscamos o melhor e o máximo para sermos felizes, também de acordo com nossas crenças e nossos objetivos. Isso é a mais absoluta verdade. Afinal, nossas convicções sempre serviram, servem e servirão de porto seguro para nossa consciência, para nossas dúvidas e reflexões. Quando nos perguntamos sobre o que estamos fazendo, sobre onde estamos investindo nossas forças, ou sobre porque aquilo que tentamos não deu certo, ou não saiu do jeito como queríamos, sempre recorremos, entre outras coisas, à nossas convicções. Quase sempre acerca da dicotomia entre certo e errado.

Isso é pouco conversado, e pior, pouco refletido pela maioria das pessoas. Mas praticamente tudo que fazemos, sentimos e planejamos, é com base no que achamos certo e errado para nossas vidas, e para a vida das pessoas que nos rodeiam, nossos amigos, conhecidos, familiares, et cetera.

Mas isso não quer dizer que essas crenças e convicções sejam imutáveis. Muito pelo contrário. Reside exatamente na flexibilidade daquilo que acreditamos, o nosso próprio desenvolvimento, o progresso e a formação de nossa personalidade. Resumindo: Aquilo que acreditamos muda constantemente. O que somos, muda constantemente. E uma das principais molas propulsoras da vida é quando percebemos que uma convicção nossa estava errada. Não digo que se desperdiçou tempo nem energia, mas canalizou-se de uma maneira errada tal qual que instala-se na na nossa mente um das piores condições existentes: O arrependimento.

Quando nós, depois de um tempo, e longe do "olho do furacão", percebemos que perdemos uma oportunidade por estarmos cegos para ela, inevitavelmente instala-se dentro de cada um, um sentimento insuportável de impotência. Afinal, não se pode mudar o que já foi. O que se pode é tentar remodelar o que ainda existe. Tentar readaptar-se e criar de novo aquela oportunidade. É possível. Mas extremamente difícil e complexo. Ainda mais quando se trata de pessoas. Quando se trata de outras pessoas.

Olhando para trás e vendo que uma chance de ser feliz passou exatamente diante de seus olhos, e esteve ao seu lado durante um bom período de tempo, e você, mais preocupado em lutar contra a infelicidade, desperdiçou uma chance muito mais clara e direta. Claro que nada é concreto e absoluto como esse texto pode passar. Mas, vendo as coisas de fora, como se tudo fosse passado; estivesse morto em enterrado, se percebe como uma chance preciosa de felicidade escapou diante das nossas mãos.

E aí? Correr atrás? "Nostalgiar" por alguns momentos e seguir em frente? Adaptar-se ao que se tem?

Respostas flexíveis, para todos os gostos. Mas, com certeza, em todo mundo, aquele maldito sentimento de arrependimento bate à porta e martela, fura, alfineta, pelo menos por alguns momentos, e você se sente o maior imbecil do mundo. Me lembro de quando eu passei 4 meses juntando dinheiro para comprar um boneco da série "Spawn". Quando finalmente juntei quantia que precisava, fui ao Shopping, e vi um boneco com mais garras, com cara de ameaçador, e o comprei, esquecendo meu projeto grandioso de 4 meses de economia. Resultado: O boneco que comprei era uma porcaria, e nunca mais tive paciência e/ou disposição para juntar dinheiro por mais 4 meses para comprar aquele que eu realmente queria.

Arrependimento dói na alma. Maltrata. Nos chama de imbecis. Dá uma vontade de gritar até sua pele se inverter, e você ficar todo exposto pra fora.

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