Sonho daqueles "véios". Mas que sobreviveu à todas as tempestades.
Uma imagem. Pintura. No fundo existe um monte alto, com um cume bastante íngrime, parecendo um vulcão. Não é. É uma montanha completamente coberta de neve, neve eterna. Não ocorre degelo.
Logo em sua base, começa a vegetação. Aquela grama macia, que não corta nem deixa a pele formigando quando se deita. Poderia se dormir facilmente ali
, a qualquer hora do dia. Isso é possível, também, pelo clima. Média de 17º, 18º. Ameno, gostoso de se viver. Amanhece tarde e anoitece cedo, isso parece mais propício para se aproveitar o dia.
A região é fantástica. Pinheiros e as mais diversas espécies de coníferas enfeitam toda a região. A floresta é densa, mas permite que seja explorada. O chão é completamente coberto de cascalho e folhas mortas. Mas ali nada parece morto. Tudo é harmônico. Existem árvores de todas as cores. A paisagem parece um quadro expressionista. Uma mancha de cores, mas mesmo assim, cada uma parece colocada de modo perfeito. Fazem sombra e proporcionam um vento que, no auge do dia, é reconfortante, e, à noite, faz um par perfeito com a cama felpuda.
Do lado da casa corre um filete de água. Perene. Constante. Água potável. Nunca me preocupei de saber de onde ela vinha. Mas o fato é que nunca me deixou na mão. No fundo tem uma horta, e a água proporciona alimentos de excelente qualidade. Peixes, até carpas aparecem às vezes. O filete passa a 2m da casa, e logo a frente dela, uns 10m, tem uma ponte pequenina. Parece de brinquedo. Sento-me lá com o cachorro pra pescar. Até me agasalho às vezes.
O mais engraçado é que a ponte tem um corrimão. Alguém muito idoso deve ter vivido ali antes de mim, mas mesmo assim, tudo parece cheio de vida. Pulsa.
A casa é cheia de janelas. Tem uma chaminé que realmente funciona e um jardim simpático à frente. Não tem muros, não tem portões. Ninguém vai lá. Nenhuma visita. Só esquilos. A janela não pode ficar aberta todo o tempo, senão os afanadores roubam minha carne. Malditos esquilos.
Entra-se na casa pela cozinha, nos fundos. Tirei a porta da frente e fiz duas janelas. Daí, quando o cachorro volta, depois de 10 horas explorando o bosque, eu vejo de longe, e tenho tempo de sair de casa correndo, pra que ele não entre na cozinha todo sujo de barro. Que figura.
Saudade do que não vivi.
saudade do que não vivi. sempre tive. sem mencionar a saudade do que não vou viver.
ResponderExcluirI come from the land of the ice and snow.
ResponderExcluirSó os sonhos nos dão a possibilidade de viver todas as outras coisas que nossas vidas não comportam. Escape from reality.
O resto a gente vai levando, na mediocridade.
Bela sua arcádia desenhada.
ResponderExcluirVocê chegará lá, onde quiser, onde deseja chegar e estar...
ResponderExcluirSaudade do que não viveu? A vida ainda reserva a você muitas surpresas.
Tudo ao seu tempo :)
Manu