sexta-feira, 6 de março de 2009

Temporary Psychotic State


Olá, eu sou "X".

Ele se olhou no espelho. Seus sonhos sempre pareciam, ao mesmo tempo, mais simples e mais distantes que os de todos os outros que ele tivera a oportunidade de conhecer.
"Os espelhos cobrem minhas esperanças para infinitas horas fúnebres, é hora de olhar para mim. Apaixonado a pintar os meus sonhos à luz do dia. Para
além dos domínios de luto, existe um outro caminho".


Ele ainda não havia conseguido se encontrar. Pra falar a verdade, sentia-se sempre como um estranho dentro de seu próprio corpo. Ele sentia sempre que estava mergulhando cada vez mais fundo, e que ninguém conseguia puxá-lo para cima. Sentia-se bem em locais abertos. Em locais onde o vento batia em seu rosto. Aliás, nada conseguia proporcioná-lo mais sensação de liberdade e felicidade do que o vento. Numa dessas caminhadas, ele viu uma árvore. Velha, retorcida. Linda.

Nela, havia os seguintes dizeres:

Para ser ouvido em silêncio.
Para ser abraçado nas noites.

Vento. Fortíssimo. Um pássaro o sobrevoa o tempo todo. E ele continua sem entender.

Mesmo sem nenhuma residência por perto, um velho tentava cortar os galhos mortos da imensa árvore. Ele tinha uma cicatriz em cima do seu peito. Mais pra esquerda. Do nada, ele abre um sorriso, e diz:

Estou quase lá... Eu estou indo - quase tocando - tão real - tão perto...
Tanta coisa para lutar contra este meu estado psicótico...


Você sabe como se sente ao ser despertado como se a água cobrisse seus olhos? Tente abri-los.

3 comentários:

  1. Se eu disser que abarquei todo sentido do texto, estarei mentido.
    Vi muito de você, e percebi alguns signos interessante.

    Mas quero saber o que este velho de coração machucado e estado psicótico está querendo dizer...

    Continue!!!

    E quero ver ele se achar também!

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  2. Ê, velho. Dói, né? Mas também passa. Pelo menos tem espaço aí dentro ainda, o tecido não necrosou.

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