domingo, 22 de março de 2009

Interlúdio.

Sabe aquela pequena expressão, super constante na vida de todas as pessoas na terra? O “se”? Essa porcaria vive em minha cabeça, não importa se o fato foi interessante, espetacular, inesquecível, uma merda, indiferente. Ela sempre está lá. Sempre fazendo perguntas dentro da minha cabeça.

E “se” isso. E “se” eu tivesse falado aquilo em vez disso? E “se” eu não tivesse feito aquilo?

Todos se perguntam coisas assim, isso é normal. Mas acredito que, no meu caso, o grande problema, que, aliás, é minha maior mazela, o exagero é o grande vilão. E perdoem-me as pessoas auto-suficientes-que-não-têm-problemas e que conseguem-resolver-tudo-rapidamente, eu não sou assim. Não tenho essa magnificência. Sou uma pessoa cheia de neuras, cheia de perguntas sem resposta, e cheio de dias reflexivos e indagativos.

Sou assim, mesmo que isso me torre o saco quase sempre. Mas a porra da essência, aquela da qual não se consegue fugir, apesar de se tentar, está lá pra me lembrar.

“Olha, calma lá, e ‘se’ blá blá blá”.

Sou escravizado pela minha própria memória e por minhas próprias angústias em tentar ser uma pessoa ótima para todos à minha volta. E mesmo assim, errar, como todos os seres humanos normais. Mas se perguntar de forma doentia o porquê daquele maldito erro, daquela maldita palavra dita, daquela atitude imbecil tomada.

Eu queria que minha cabeça fosse um ficheiro de repartição pública, que as pessoas guardam documentos e, mesmo que sejam importantes, ficam lá, empoeirados, com 99% dos funcionários não fazendo idéia do que está ali, e pouco se importando, não tendo nem vontade de olhar.

Queria seguir em frente de forma lúdica e feliz, sem ser atormentado por um passado completo e absoluto, mas que teima em torrar minha paciência. O resultado são momentos como hoje, onde bilhões de perguntas me foram feitas, muitas respostas foram conseguidas na lata, outras não.

Essas dúvidas de tentar mudar coisas que estão mortas e enterradas um dia vão me matar. Vai aparecer uma que seja mais forte que eu e pimba. Espero que o Sport me mate antes disso, e eu morra na arquibancada da Ilha do Retiro, de felicidade, por favor.

Ah, foda-se.

2 comentários:

  1. Se você morrer na ilha do retiro, eu juro que ressuscito você e te mato novamente. ¬¬

    Queridíssimo Mau, explicar como ser uma pessoa bem resolvida é muito fácil e até o final do ano publicarei um livro de auto-ajuda.

    Quanto a viver... É 'foda-se' mesmo.

    ResponderExcluir
  2. é simples: aceite os fatos.

    não pertuba tanto quanto questionamento

    ResponderExcluir