quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

It's all a question about time.

Coisas esquisitas acontecem nesses últimos dias. Parece que eu finalmente consegui tomar consciência de algumas coisas em minha vidinha. Sabe quando você se pega pensando sobre quando notou que os primeiros pelinhos nasceram no suvaco? Lembra da emoção? Pois é. Ou quando você percebeu pela primeira vez que alguma menina estava dando em cima de você, e você teve certeza que não era um monstro, ou diferente dos seu seus amigos.

Esses dias estava conversando com uns amigos, numa viagem que fizemos, sobre a Copa do Mundo, e de quando cada um tinha começado a acompanhá-la de maneira racional. Lembro de um dos meus amigos falando que se vestiu todo na Copa de 94, que foi totalmente fantasiado pela mãe, e que ficou parecendo um índio. E eu lembro que disse que a primeira Copa que eu acompanhei com um olhar "tático", por causa da minha paixão descontrolada por futebol, foi na Copa de 2006. Eu tinha 20 anos, completados recentemente.

Mas, pensando hoje, eu acho que a hora ainda não tinha chegado. Acho que a tomada de consciência ocorreu nos últimos anos, quando meu envolvimento com o futebol chegou ao ápice (acho eu). As lembranças, as decepções, as alegrias inesquecíveis. Tudo veio de 3 anos pra cá, mais ou menos. Lembro do primeiro gol do Kaká na Copa de 2006, contra a Croácia. Chutaço de canhota, de fora de área. O Brasil jogou mal aquele jogo, e lembro de reclamar constantemente da transmissão da SporTV, que filmava os jogadores de muito longe.

Mas, repito, ainda não era o momento. Parece que, enfim, ele chegou. Aliás, está chegando de uma forma regular e constante. Minhas lembranças de erros antigos e de sucessos recentes me ajudam muito mais a tomar atitudes e decições atualmente. Não que eu não tenha errado essas mesmas coisas em outras oportunidades, mas parece que o aprendizado só chegou agora. Aos 23 anos. Meio lento, acho.

Se o senhor presidente do Brasil pode fazewr analogias bestas com futebol, eu também posso. Eu acho que consigo enxergar as coisas com mais maturidade e, principalmente, com mais serenidade. Ainda falta uma boa dose de responsabilidade. De fazer mais e falar menos. Ou apenas fazer na mesma proporção que falo. Mas não dá pra se conseguir tudo de uma vez.

Atualmente, eu lembro das minhas coisas não como esperanças presas ao passado. Eu lembro como elas devem ser lembradas: Como lembranças.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

2010?

Ps. Esse blog faz um ano hoje. Incrível como ele durou. Vamos em frente.

É impressionante como somos sugestionáveis. Depois de um ano bom, com mais motivos para rir do que para chorar, com lembranças de sorrisos, abraços, apertos de mão sinceros, e superação de conflitos e situações difíceis e espinhosas, 2009 termina. E, no que poderia apenas ser analisado como uma passagem de um dia para o outro, os primeiros segundos do dia 1º de Janeiro nos trazem uma esperança simplesmente impressionante.

Nada muda. É simplesmente a passagem de um dia para outro. É simplesmente mais uma constatação de uma enorme e massiva convenção, de como o tempo é um conceito brutalmente arraigado em 99,9% de todas as populações mundiais. Mas ninguém consegue fugir disso. Somos inundados por um clima de fé, esperança e sorrisos, os quais simplesmente não conseguimos - nem queremos - ir contra.

A passagem de um ano para o outro consegue ser positivamente violenta para todos. Não importa quem. Se tivemos um ano bom, temos a esperança clara e concreta de que o que vem será ainda melhor. Se, por outro lado, tivemos um ano ruim, temos a total crença de que, agora, simplesmente porque o dia passou, as coisas vão clarear e tudo poderá ser diferente.

Isso não é uma crítica, muito pelo contrário. É uma constatação. E eu não fujo, e nem quero, fugir dela. É algo que transpassa totalmente a racionalidade. De onde vem essa vontade de melhorar? De onde vem o cansaço ou a satisfação do ano que está "acabando"? Simplesmente não sei. Mas os sorrisos que recebemos nas últimas horas de um ano que acaba, e os abraços que explodem sinceridade nos primeiros segundos do ano que entra, são de uma força e magnetismo ímpares.

Na verdade, quando abraçamos os outros, estamos abraçando nós mesmos. Estamos nos dando uma nova chance de, na verdade, sorrir mais, mais e mais. Não digo "uma chance de novo", porque isso não existe. Se aprendi, finalmente, algo nesse ano que passou, é que, na vida, temos sempre sorrisos e lágrimas, independente de situação e local.

Temos sorrisos e lágrimas. É tudo que temos, e ninguém pode tirar isso de nós.

Sim, 2010.

sábado, 26 de dezembro de 2009

+

Já pararam para pensar sobre seus contatos no Orkut? Eu já tive Orkut uma primeira vez, e por motivos pessoais, cancelei a conta, voltando a ativar uma nova algum tempo depois. E quando o fiz, coloquei na cabeça que iria adicionar apenas algumas pessoas íntimas, do meu real convívio, nada mais do que isso. Porque para mim, o Orkut era um modo rápido e prático de se manter conectado com pessoas da sua estima, que você realmente não queria perder de vista.

Hoje, tenho a marca aterradora de 202 contatos no Orkut. 202. Devo falar com 20% dessas pessoas. Alguns contatos que você pára, olha pro avatar, e não consegue entender o que o mesmo está fazendo ali, na sua lista de "amigos". E pior: Você lembra que algumas daquelas pessoas foram adicionadas por você mesmo. Foi você que tomou a iniciativa de entrar no perfil do ser, e clicar no link "+ amigo". Hoje, não passa de um pálido avatar, e no máximo um "quem sou eu" interessante, com frase de algum escritor famoso, que teve uma sacada legal.

Lembro do começo, quando o Orkut era todo em inglês, que existiam poucas comunidades, e todas elas eram praticamente "institucionais", como por exemplo: History. Tudo sobre História, desde debates polêmicos, até simples curiosidades estava lá. Suas perguntas eram respondidas, e se ia muito mais além, com debates profundos e interessantes a respeito dos mais variados temas. O Orkut era realmente uma ferramenta interessante de interação e aprendizado.

Hoje, tornou-se um instrumento de término de relacionamentos, com os scraps sendo a prova tão cabal de um crime quanto um beijo no colarinho ou um número de telefone anotado num papel amassado, e escondido na parte de guardar moedas da carteira. E lá estão aqueles 202 contatos. De repente, você sente vontad ede promover uma "faxina" naquilo, limando boa parte das pessoas que são completamente irrelevantes à sua existência, e vice-versa. Quando o faz, a pessoa limada aparece, revoltada com a sua indelicadeza de retirá-la do privadíssimo círculo de contatos Orkutesco.

Era legal quando o Orkut não era infestado por comunidades como "toalha nova não enxuga" ou "abro a geladeira pra pensar". Não sou um inimigo do riso ou da boa piada, nem sou Mau (ótima), mas acho que, certas vezes, rigor e disciplina são legais.

Mas realmente, toalha nova não enxuga. Mistério isso.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Visões

Agora, olhando algumas fotos antigas de momentos bons que passaram, me dá um sentimento de nostalgia. Fato esse que deve ser normal para a maioria das pessoas comuns, mas chega a ser meio nocivo pra mim. Rever fotos de momentos e de pessoas, nos remete ao contexto de que aquele momento é único e, por essa razão, não pode ser repetido.

Mas a unicidade do momento é uma faca de dois gumes para mim. Olhando fotos com pessoas queridas, que atualmente não estão mais tao perto de mim, eu fico me perguntando o que deu errado no meio do caminho, para que se construisse esse distanciamento, ou onde ocorreram obstáculos ou erros de ambas as partes, que não puderam ser superados, vencendo um aparente momento de amizade e união.

Fotos podem retratar muito mais do que simples momentos bons ou ruins que você passou. Retratam momentos, onde é possível realizar uma retrospectiva de sua vida. De trajetórias, de atitudes. De como alguns sorrisos que você vê em determinada foto, não são mais vistos. Que abraços dados não são nada mais do que lembranças, que a própria fotografia faz questão de passar na sua cara, dizendo "olha aqui, você já conseguiu fazer isso."

Rever momentos aparentemente banais, como uma reunião da turma da faculdade, turma essa que não existe mais, nos leva ao patamar de que talvez voce passe anos para reencontrar algumas pessoas, e que estiverem por tanto tempo tão perto de você, como a fotografia mostra, sem chance de negação.

E aí você começa a pensar em como seria a sua vida se determinadas pessoas tivessem permanecido no seu convívio. Se você teria sido mais feliz, ou então como será que está aquele amigo que você julgava inseparável, e que se perdeu no tempo

Eu realmente não sei como lidar com fotos. Gosto de vê-las, mas às vezes elas comprovam coisas irrefutáveis: Você falhou.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Burrice saudável

Churrasco com os alunos. Típica confraternização de final de ano, a não ser por algumas particularidades: 1) Você é o mais velho, aquele que inspira responsabilidade e calma. 2) Se houver alguma zebra, todos recorrerão à você, e se algo der errado, a culpa será sua. 3) Todos confiam em você para acender o fogo da churrasqueira.

Nessa festa ocorre algo interessante: É uma das únicas confraternizações de que me lembro onde não existiu nenhuma fagulha de falsidade, nem grupinhos que se odeiam e que rezam para alguém escorregar e bater a cabeça na borda da piscina. Todos em perfeita harmonia, batendo bola, arrancando o tamboque do dedo do outro, arrotando discretamente, escondendo o bucho ou as celulites. Todos figuraças.

Você, como bom líder que é, não gosta de centralizar as decisões, e delega tarefas para outros, fazendo com que todos se sintam úteis e responsáveis, no complexo teatro das festas de fim de ano. Entre as tarefas delegadas, ficou a de acender o fogo da churrasqueira. O que se propôs a acender, chegou e disse: Sempre acendo a churrasqueira nos churrascos lá em casa. É mole

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Tentar escrever algo sem parar e sem pensar muito, só pra ver no que dá. Tente o máximo de tempo possível manter seus dedos trabalhando, parando apenas para consertas erros de português. Parece que a burrice acompanha os idealistas. E já pararam para pensar no que significa realmente idealista? Porque as pessoas só pensam nessa palavra no cunho político? Pelo menos, a maioria delas.

Cada dia que passa, eu só consigo pensar que a burrice é, ao mesmo tempo, uma benção e uma mazela, e que sempre caminhará com esses dois gumes, ao lado dos idealistas. Idealizar algo, ou alguém, é muito mais fácil do que idealizar a si mesmo. A decepção que se tem quando o que se quebra é o ideal que você tinha de você mesmo, é de cunho muito mais violento e nocivo.

Sempre lutamos para melhorar como pessoa. São raríssimos os indivíduos que se sentem satisfeitos consigo mesmo. Nem vou entrar no mérito se isso é bom ou não, porque daria uma discussão totalmente inútil e, ainda por cima, infinita. Mas o fato é que sempre tentamos vencer nossos defeitos. Sempre tentamos ser pessoas melhores, com mais atrativos. E isso não é para que os outros vejam ou percebam. Isso é para nós mesmos. Também não tem - muito - a ver com ego. É simplesmente uma satisfação de dever cumprido. De ter melhorado como pessoa falível, que todos somos.

Mas melhorar é muito difícil. E quando não conseguimos, idealizamos. O perigo maior é dar a essas idealizações, status de verdades. O clássico "sonhar acordado". É muito triste ver uma pessoa de 23 anos de idade, completamente desiludida e frustrada. Mesmo vivendo tão pouco.

Falta propósito. Os que você elegeu, surgem intangíveis.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Why?

"Starting from zero we've got nothing to lose"

De vez em quando nós desejamos tirar férias das coisas que sentimentos, ou, como eu costumo dizer, tirar férias de alguns erros que cometemos, e cometeremos até o fim de nossas vidas. Aqueles murros em pontas-de-faca, os quais nunca conseguimos nos livrar. Aí vem todo aquele papo de amadurecimento, evolução, desenvolvimento, e todos esses conceitos que podem ser usados na auto-ajuda, a depender de quem os utiliza.

Às vezes não nos importamos em ser covardes; em colocar a cabeça dentro de um buraco e esperar a tempestade passar, ainda que sua bunda fique exposta. Como você não vai ver, tá tudo certo. Mas isso não quer dizer que o cansaço não apareça e, como sempre, não frustre. Sempre vemos em filmes bestas, cenas de personagens que resolvem largar tudo, ou simplesmente dar uma guinada na vida, usando uma outra ótica sobre sua existência, etc.

Mas isso não é inteiramente necessário. Na verdade, recomeçamos todos os dias. Quando saímos de casa, seja para a praia beber, seja trabalhar ou estudar, partimos em busca de algo, que muitos não sabem sequer o que é. Saímos a espera de encontrar um alvo certeiro que possa nos seduzir, e aí sim, depois disso, começarmos a descer a âncora, parando um pouco de procurar.

Será que não temos mesmo nada a perder, quando começamos do zero? Aliás... Será que é possível começar do zero?

Não.