terça-feira, 7 de abril de 2009

Importâncias.

Engraçado como cada pessoa têm (vou usar esse acento até morrer. Foda-se a reforma) seus amores e admirações. Quando paro pra pensar nisso, entro em choque com minha crença - inabalada - de que o ser humano é um vírus fadado a se auto-consumir e morrer. Quando penso que podemos ter, realmente, amor por algo ou alguma pessoa, meus pensamentos entram numa espécie de espiral, da qual geralmente saio com o clássico "ah, depois penso nisso". Fuga, pra variar.

Pensei muito em 4 "entidades" hoje. Que me fazem realmente feliz, e me fazem ter fé em... Alguma coisa. São elas, totalmente fora de ordem, afinal, amor não se mede: Meu pai; Paulo; o Sport e Kurt Cobain. Mais eclético impossível.

Meu pai têm defeitos como qualquer ser vivo normal. Têm qualidades, também, como qualquer ser vivo normal. Mas é uma pessoa que possui uma característica invejável: Ele acredita nas pessoas. Não importa o quão já tenha sido enganado, surrupiado, humilhado por pessoas e pela própria vida. Ele não perde sua fé nas pessoas. Eu espero um dia, enfim, aprender isso com ele. Das vezes que tentei, quebrei a cara. Ele também. Mas a diferença é que ele segue firme e forte, acreditando. 

Um sujeito tremendamente boa praça. Uma pessoa de fácil tato, e que todo mundo gosta. Justamente o oposto de mim. Se eu for 30% do que meu pai foi e é, tenho certeza de que... Terei mudado muito. Não, sério, serei um homem feliz, creio. Repito a frase: Penedão, conto contigo.

Depois de 3 meses sem bater um papo tet-a-tet, meu chapa Paulo está vindo fazer uma visita aos pobres do Recife. Sai da maldita Belo Horizonte-que-não-faz-calor e vem pra esse Inferno de Dante. Cara fantástico. Percebe-se seu valor com 10 minutos de conversa e, principalmente, nas piadas de extremíssima qualidade intelectual. Deixa amigos/colegas por onde passa. E isso é, de longe, a maior herança e atestado-de-fazer-as-coisas-certas que uma pessoa pode receber. 

O santo bateu de cara. O cara é porreta. É homem-ferrolho, e me entende em 10 minutos o que outras pessoas levam meses... E não conseguem captar. Ficará pouco tempo, mas os momentos contam demais. Silveris sente saudades.

Amanhã tem jogo do Sport. Jogo da paixão da minha vida desde os 8 anos, idade racional pro futebol começou aí. E cresce de uma forma assustadora desde aquele momento. Assustadora mesmo. Queria gostar menos, me envolver em menor intensidade. Não dá. Se pudesse, moraria lá, e faria de tudo pra ajudar uma instituição que consegue colocar lágrimas em meus olhos com mais frequência de que todas as emoções que tive na vida. O amor puro e simples, sem esperar algo em troca é algo utópico, ideal pra mim. Mas o Sport foi o que mais se aproximou. Paixão que não cessa. Credo.

No último dia 5 de Abril, completou 15 anos do suicídio de Kurt Cobain. A empatia desse rapaz é algo ímpar. Não importa sua baixa qualidade de instrumentista. Mesmo treinando 4; 5; 6 horas por dia. Era ruim na guitarra. Mas seu turbilhão psicológico, em detrimento do imenso amor que colocava nas coisas na qual se envolvia acabava com qualquer deficiência. Kurt foi, simplesmente, o líder da maior banda do mundo dos anos 1990. Inquestionável. Mudou o Rock. Mudou a música. Coisa grande. Graças a ele, tenho um casaco de flanela, totalmente inútil, dentro do meu armário. E uma calça rasgada, que hoje é um short. Não dá pra usar. Meu saco escrotal apareceria. Pena.

4 amores. 4 admirações. Putz, vai amanhecer. Au revoir.

2 comentários:

  1. Mas olha... nem tinha visto esse post. Confesso grande surpresa ao ver meu nome ali. No começo, pensei "não, ele deve ter querido escrever 'Meu pai, Paulo'. Eu, defacto, não sabia o nome dele.

    Enfim, agradeço a consideração. Mais do que ser mencionado, me orgulha ter tua amizade, que foi a mais valorosa que encontrei em mais de uma década. Porque consegui encontrar um desses melhores amigos que a gente carrega pro resto da vida em, como tu disse, míseros 10 minutos.

    Acho que seria tudo muito mais fácil se a vida fosse repleta de melhores amigos, desde o vigia da rua até o diretor da empresa em que se trabalha. Mas ninguém é perfeito. Talvez a graça seja perder anos e anos procurando essas pessoas.

    Abraço.

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