terça-feira, 19 de outubro de 2010

Triunfo da vontade.

"É um erro grave partir do pressuposto de que apenas pessoas más são capazes de fazer maldades. Uma das características marcantes de muitos líderes nacional-socialistas é que, na intimidade, eram pessoas maravilhosas. 'As mesmos pessoas que beijavam amorosamente seus filhos pela manhã eram capazes de matar a golpes ou com gás alguns judeus apenas algumas horas mais tarde', diz Simon Wiesenthal. Diz ainda que este reconhecimento é um só tempo terrível e fundamental, pois 'só quem compreendeu isso sabe que a maldade habita a maioria das pessoas e pode irromper a qualquer momento".

Isso vale para qualquer tipo de pessoa. E para qualquer tipo de maldade.

sábado, 16 de outubro de 2010

Lá e de volta outra vez.

É uma banda que causa sensações extremistas nas pessoas. Ou você gosta, GOSTA, ou a considera completamente irrelevante no cenário musical. Se você acha Nirvana uma bosta, sem sal, e considera Kurt Cobain um mané, pare de ler esse post aqui, nesse parágrafo. Se você se interessa, continue, padawan.


Era o ano de 1994, e a MTV começava a investir no campo dos shows acústicos, que tempos depois de tornariam marca registrada da emissora. Era a vez do Nirvana, na época a maior banda de Rock do planeta, com o vocalista/guitarrista/frontam mais polêmico e carismático desde muito tempo, Kurt. A carreira da banda já estava mais do que consolidada, passando a mesma a aparecer mais por causa dos rumores do vício cada vez mais pesado de Kurt em heroína, e de seu tempestuoso relacionamento com Courtney Love.

O fato é que, mesmo se você não gostar do Nirvana, é necessário reconhecer a parcela de contribuição absurda que a banda promoveu na música e, especialmente, no Rock. Existem bandas grandes dentro de um determinado estilo. Aquelas que marcam época. Mas muito poucas são reconhecidas por fundar um novo estilo, exatamente em virtude da dimensão que tal feito complexo acarreta. O Nirvana, junto com outras bandas de Seattle, fundou o que é chamado de Grunge. Um estilo de vida, que englobava a música dentro de si. O unplugged MTV foi a cereja no bolo de uma das maiores bandas da história da música.

Kurt, apesar de decepcionar 100% dos fãs por não construir uma versão acústica de Smells Like Teen Spirit (por motivos óbvios) buscou interpretações bastante intimistas das músicas escolhidas para o set list, com algumas inclusive sendo raramente tocadas ao vivo, e desconhecidas de fãs mais desavisados. Interpretações como a da genial Plateau, onde a música é praticamente declamada, ou em Lake Of Fire, onde fica patente a deterioração da voz do vocalista, são atestados de feeling. Fora as obviedades em Polly e Comes as You Are, o disco teve sacadas excelentes, como cover de The Man Who Sold the World, de David Bowie, além de um bom relacionamento de Kurt com a plateia. Fato raro.

Mas sem a menor dúvida o maior destaque do CD e, na minha opinião, a maior interpretação musical da carreira de Kurt Cobain, é a última música do acústico, chamda "Where Did You Sleep Last Night", tradicional música Folk americana, de 1870. Além do impressionante sincronismo do vocal com a música, deixando cada espectador estatelado (isso pode ser visto no DVD do acústico), a última frase da música, que Kurt tira do final da garganta, tendo de respirar depois, e esbugalhar os olhos para terminá-la, ficou conhecida como o último suspiro desse que foi um dos maiores artistas musicais de todos os tempos.

Não é possível passar indiferente ao Nirvana, e esse acústico MTV é de uma potência sem precedentes até hoje. Se você não tem saco de ver/ouvir todo, busque a última música no youtube, e preste atenção ao final da canção. Veja o último suspiro de um mito, e o final de um monstro do Rock. O disco foi lançado meses depois da morte de Kurt. Um marco. Uma monstruosidade de feeling, intimismo e força.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Pelinhos nas axilas.

Um dia, rapaz, você irá acordar achando que certas coisas podem ser diferentes, e que todo aquele escarcéu que você fez durante anos e anos, em virtude da permanência exagerada das coisas, não passou simplesmente de uma estúpida ansiedade jovem. Um dia você irá se julgar mais maduro, mais resistente às lapadas que a vida lhe deu e lhe dá, às mudanças e decepções que você vive e viveu.

Você vai saber conviver melhor com aquela sensação espetacular de conseguir atingir um objetivo, e tentará alcançar a satisfação não apenas em perseguir metas, mas em vivenciar a conquista. Você vai tentar aprender a controlar aquela estranha sensação que aparece em nossas mentes, insinuando que tudo foi mais fácil do que pensamos, depois que conquistamos. Um dia você vai parar pra pensar e ver a quantidade de merdas que você falou, e vai confrontar isso com a sensação de maturidade e sapiência que estranhamente passavam pela sua cabeça na oportunidade em questão.

Depois de conseguir essas coisas, olha pra frente. Deixa de ser mané.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Next dream, please?

“’Quando os mortos choram, é porque estão começando a se recuperar’, disse o corvo em tom solene.

“’Lamento ter de refutar meu amigo e colega ilustre’, disse a coruja, ‘ mas, no que me diz respeito, creio que quando os mortos choram, significa que não querem morrer’ “.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O difícil fim.

Quem conversa durante 10 minutos comigo, consegue saber de 90% da minha vida. Ela não têm muitas aventuras, nem nada mirabolante. Talvez algumas piadas engraçadas, algumas mentiras muito bem arquitetadas e que já viraram verdades, e desabafos sobre coisas que para o resto do mundo podem parecer inócuos, porque eu os faço parecer assim. Mas na realidade, não são. Outra coisa que as pessoas sabem sobre mim, depois desses mesmos 10 minutos, é que amo filmes. E os filmes que amo, são porque foram importantes em minha vida, e trouxeram algum tipo de contribuição. Me mudaram como pessoa, ou me inspiraram, ou ficam tanto tempo na minha memória que chega a doer. São atemporais. Alguns eu chamo de "ótimos filmes ruins". Um deles é a hexalogia de Rocky.


Depois de mais de 2 anos de seu lançamento, finalmente eu assisti o sexto e último filme da série, no box que adquiri, outro sonho antigo meu. E parece que, assim como para o personagem, um ciclo também se encerrou pra mim. É sensacional como as coisas são engraçadas. Eu, aos 24 anos, consegui essa semana meu primeiro emprego com carteira assinada, iniciando uma nova fase na vida. Usando as palavras de Rocky... "não importa o quão forte você bate, e sim o quanto você consegue apanhar, para tentar de novo". Pode parecer infantil dar tanto cartaz à produções que muitos consideram trash ou "B". Bem, não pra mim.

Sempre ficará amrcado na minha cabeça o relacionamento entre Rocky e Mickey, seu primeiro treinador e, para mim, uma figura completamente à parte nos três primeiros filmes. O amor raivoso e estimulante que ele tinha por Rocky, sua determinação em formá-lo, acima de tudo, como pessoa, e sua parceria total e absoluta são exemplos que levarei para toda a minha vida. No primeiro filme isso fica patente, naquela que deve ser uma das cenas mais lindas dos 6 filmes.


A amizade entre Rocky e Apollo, que depois de realizarem lutas memoráveis, com honra, transgrediram para o campo de amizade, quase uma irmandade. Algo puro, sem segredos, amarras e com a possibilidade de dizerem tudo cara a cara, sem artimanhas. O amor entre Rocky e Adrian, que segue intacto durante todas as produções, até mesmo na última, quando a grande atriz Talia Shire não aparece. Mais uma vez, cumplicidade, parceria, respeito. Amor. A luta brutal entre ele e Drago, recheada de ufanismo, sendo que nem isso conseguiu diminuir a força da produção, que é considerada por muitos a melhor dos 6 filmes. Não pra mim. Os dois primeiros filmes são completamente insuperáveis, na minha concepção.


O retrato de como nossa vida pode mudar e nos levar a rumos que tínhamos certeza não serem possíveis. O aparecimento de pessoas que, na hora, você julga serem passageiras e completamente sem relevância, e que aos poucos vão se firmando como imprescindíveis e sempre presentes em sua vida. Esses 6 filmes de Sylvester Stallone mostram tudo isso, em maior ou menor intensidade. Acima de tudo, a força de nunca desistir, de sempre conseguir apanhar um pouco mais para se levantar.



Rocky Balboa não é Sylvester Stallone. Ele conseguiu transplantar seu próprio criador. É algo único, mítico na história do cinema, e incomensurável para seus fãs, que conseguem ver muito mais do que 1 hora e quarenta minutos de chavões e socos. Consegue ser uma retrospectiva de coisas que ainda não vivemos, mas que sabemos como podemos administrar, pois tivemos o "exemplo".


90% das vezes que comentei sobre Rocky com meus amigos, foi em tom de brincadeira. Tudo papo. Me emocionou, emociona e sempre tirarei lições dos filmes. Vejo quantas vezes posso. Com o final do sexto filme, sempre fica a torcida para que Stallone consiga criar mais uma idéia mirabolante e fazer mais um, mais um, mais um. Mas acabou, e parece que fechou-se uma porta na minha vida. Uma gloriosa porta. Para esse round, o sino soou. Sem dor. Sem dor. Sem dor!


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

"Quando criança, queria ser um taxista"



"Twelve hours of work and I still can't sleep. Damn. Days go on and on. They don't end."

Minha alma gêmea não poderia estar em outro lugar, senão no cinema. Um falso herói. Um anti-herói de si mesmo.

Pow. Pow. Pow.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Fate.

Os poetas e cineastas têm um dom que deveria ser repartido com toda a humanidade. Eles conseguem produzir a beleza dentro da desgraça. Conseguem construir o lúdico dentro da apatia. Mesmo que essas pessoas sejam, muitas vezes, as que mais têm problemas internos ou angústias.

Ocorre a mesma coisa com os comediantes. A maioria dos grandes comediantes ao longo da história teve um fim trágico, quando não uma vida particular massacrante e medíocre, sem grandes realizações.

Produzir a beleza dentro da tragédia. Destino dos grandes.