A maioria das pessoas, quando têm saudade de algo que ocorreu no passado, seja pessoas, fatos, momentos, etc, olha fotos. As fotos, para estas pessoas, trazem uma sensação boa de nostalgia. Lembrar daquele momento específico que aparece na foto, desencadeia uma série de outras lembranças, boas ou ruins. Mas apenas o ato de lembrar, o fato de haver algo gravado dentro de sua mente, já faz da foto um instrumento perfeito para esse tipo de momento.
Para mim, as fotos possuem um efeito nocivo. Primeiramente eu lembro de todos os projetos e sonhos que eu tinha com a idade da foto, e quase sempre me decepciono ao ver que não fiz ou conquistei nem 10% do que eu pretendia com aquela determinada idade. Quando eu era mais novo, eu dava muita importância aos sonhos e projetos, acho que mais do que o normal. E, por isso, acho que se tornou algo complicado para mim.
Por fim, minha relação com a memória; com a lembrança e nostalgia não se dá nem nunca se deu por meio de fotos. E sim pela música. Quando converso sobre música com meus amigos, sempre falo da "escalada" musical que protagonizei. Sempre busquei sons diferentes. Nunca estava satisfeito com aquilo que eu estava ouvindo no momento. A partir de meus 12, 13 anos, eu comecei a buscar novos sons. Iniciei com as clássicas boy bands, como Five, N'sync, Backstreet Boys... Todo moleque dessa idade imitava aquele clipe de "Backstreet Back". Durou pouco.
Aos 14, 15 anos, lembro-me perfeitamente de ouvir pela primeira vez o Rage Against the Machine, com "Killing In The Name Of". Foi aí que a busca se intensificou. E foi aí que as memórias e lembranças começaram a deixar suas marcas mais profundas. Caí dentro do mundo de Zac de La Rocha. Ao mesmo tempo, ouvia "The Chemicals Between Us", do Bush. Passei mais de 4 semanas ouvindo essa música sem parar, baixando tudo pelo Kazaa. Baixei também uma banda chamada Bloodhound Gang, e lembro-me de ter conhecido Evanescence antes da maioria esmagadora das pessoas. Nessa época comecei a escrever sobre as bandas e álbuns. O mundo da música começou a ser importante demais pra mim.
Eu, no começo, baixava alguma coisa, ou ia atrás de algo, pelo nome da banda ou da música. Se soasse bom para mim, eu corria atrás. Parecia empresário atrás de novos talentos. Foi assim que descobri o Evanescence meses antes de estourar, e foi assim que eu conheci o Grave Digger, com "Excalibur".
Também me recordo de quando comecei a ouvir grunge, e da minha fixação doentia por Kurt Cobain, deixando o cabelo sujo e mais ou menos na altura do ombro, andando por Recife com casaco de flanela por cima de uma camisa branca surrada, ao menor sinal de vento frio ou de chuva. Comprei a biografia de Kurt, e fiquei ainda mais fascinado com sua trajetória de vida. Casava bem com a série de desilusões e decepções que eu começava a viver, mas que ainda não entendia. Tinha tudo do Nirvana. Desde EPs até discos ao vivo. Tudo original. Tudo novo, intacto.
Depois comecei a adentrar no Metal, por pura curiosidade. Comecei por coisas brutais, como Burzum e Immortal. Primeiramente era o desejo de ouvir coisas que ninguém sequer sabia que existia. A vaidade e o ego falavam mais alto do que o gosto musical. Quando tinha 16 ou 17 anos, conheci o Metal-Archives, o maior site de acervo de bandas de Metal do planeta, e meu hobby por novos sons explodiu. O ego e vaidade passaram, e hoje eu conheço bandas de países que as pessoas mal sabem que existe música.
Mas, às vezes, quando eu sinto saudade de algo, eu saio do meu universo musical atual e bem definido, e pego algumas nostalgias em forma de CD. Pearl Jam, Incubus, Red Hot Chili Peppers. Porra, quem não curtiu Californication ou Give It Away? Quem não conseguiu não gritar com Axl, cantando Welcome To The Jungle? Quem não se divertiu vendo o clipe de Learn To Fly, do Foo Fighters, ou se emocionou vendo o acústico Nirvana MTV? Sempre chorava quando ouvia o The Cult, com Painted On my Hair. Todos amavam "How You Remind Me", do Nickelback ou "Crawling", do Linkin Park. Piravam no "clipe da bala", do Korn. Só anos depois eu soube que se tratava de "Freak On A Leash". E "Wish You Were Here", do Incubus? "Take a Picture", do Filter...
Todas essas músicas explodiram na minha adolescência, e deixaram marcas profundas de momentos inesquecíveis que vivi. Meu passado e minhas lembranças são realmente regidos por trilha sonora. Lembro de quando não saía com meus amigos para ir aos shows de pagode pra pegar mulher, porque simplesmente não conseguia ouvir aquele tipo de música. Minha memória musical é a principal responsável pelos meus sonhos antigos, pelo meu passado. Pela minha nostalgia.
São mais que fotos. Trazem cheiro, trazem sorrisos e lágrimas. É do caralho.
Para mim, as fotos possuem um efeito nocivo. Primeiramente eu lembro de todos os projetos e sonhos que eu tinha com a idade da foto, e quase sempre me decepciono ao ver que não fiz ou conquistei nem 10% do que eu pretendia com aquela determinada idade. Quando eu era mais novo, eu dava muita importância aos sonhos e projetos, acho que mais do que o normal. E, por isso, acho que se tornou algo complicado para mim.
Por fim, minha relação com a memória; com a lembrança e nostalgia não se dá nem nunca se deu por meio de fotos. E sim pela música. Quando converso sobre música com meus amigos, sempre falo da "escalada" musical que protagonizei. Sempre busquei sons diferentes. Nunca estava satisfeito com aquilo que eu estava ouvindo no momento. A partir de meus 12, 13 anos, eu comecei a buscar novos sons. Iniciei com as clássicas boy bands, como Five, N'sync, Backstreet Boys... Todo moleque dessa idade imitava aquele clipe de "Backstreet Back". Durou pouco.
Aos 14, 15 anos, lembro-me perfeitamente de ouvir pela primeira vez o Rage Against the Machine, com "Killing In The Name Of". Foi aí que a busca se intensificou. E foi aí que as memórias e lembranças começaram a deixar suas marcas mais profundas. Caí dentro do mundo de Zac de La Rocha. Ao mesmo tempo, ouvia "The Chemicals Between Us", do Bush. Passei mais de 4 semanas ouvindo essa música sem parar, baixando tudo pelo Kazaa. Baixei também uma banda chamada Bloodhound Gang, e lembro-me de ter conhecido Evanescence antes da maioria esmagadora das pessoas. Nessa época comecei a escrever sobre as bandas e álbuns. O mundo da música começou a ser importante demais pra mim.
Eu, no começo, baixava alguma coisa, ou ia atrás de algo, pelo nome da banda ou da música. Se soasse bom para mim, eu corria atrás. Parecia empresário atrás de novos talentos. Foi assim que descobri o Evanescence meses antes de estourar, e foi assim que eu conheci o Grave Digger, com "Excalibur".
Também me recordo de quando comecei a ouvir grunge, e da minha fixação doentia por Kurt Cobain, deixando o cabelo sujo e mais ou menos na altura do ombro, andando por Recife com casaco de flanela por cima de uma camisa branca surrada, ao menor sinal de vento frio ou de chuva. Comprei a biografia de Kurt, e fiquei ainda mais fascinado com sua trajetória de vida. Casava bem com a série de desilusões e decepções que eu começava a viver, mas que ainda não entendia. Tinha tudo do Nirvana. Desde EPs até discos ao vivo. Tudo original. Tudo novo, intacto.
Depois comecei a adentrar no Metal, por pura curiosidade. Comecei por coisas brutais, como Burzum e Immortal. Primeiramente era o desejo de ouvir coisas que ninguém sequer sabia que existia. A vaidade e o ego falavam mais alto do que o gosto musical. Quando tinha 16 ou 17 anos, conheci o Metal-Archives, o maior site de acervo de bandas de Metal do planeta, e meu hobby por novos sons explodiu. O ego e vaidade passaram, e hoje eu conheço bandas de países que as pessoas mal sabem que existe música.
Mas, às vezes, quando eu sinto saudade de algo, eu saio do meu universo musical atual e bem definido, e pego algumas nostalgias em forma de CD. Pearl Jam, Incubus, Red Hot Chili Peppers. Porra, quem não curtiu Californication ou Give It Away? Quem não conseguiu não gritar com Axl, cantando Welcome To The Jungle? Quem não se divertiu vendo o clipe de Learn To Fly, do Foo Fighters, ou se emocionou vendo o acústico Nirvana MTV? Sempre chorava quando ouvia o The Cult, com Painted On my Hair. Todos amavam "How You Remind Me", do Nickelback ou "Crawling", do Linkin Park. Piravam no "clipe da bala", do Korn. Só anos depois eu soube que se tratava de "Freak On A Leash". E "Wish You Were Here", do Incubus? "Take a Picture", do Filter...
Todas essas músicas explodiram na minha adolescência, e deixaram marcas profundas de momentos inesquecíveis que vivi. Meu passado e minhas lembranças são realmente regidos por trilha sonora. Lembro de quando não saía com meus amigos para ir aos shows de pagode pra pegar mulher, porque simplesmente não conseguia ouvir aquele tipo de música. Minha memória musical é a principal responsável pelos meus sonhos antigos, pelo meu passado. Pela minha nostalgia.
São mais que fotos. Trazem cheiro, trazem sorrisos e lágrimas. É do caralho.